quinta-feira, 29 de outubro de 2009

MENINO SELVAGEM


O filme: “O Menino Selvagem”, nos conta a história de uma criança de mais ou menos doze anos, que foi encontrada em uma floresta, como sempre viveu na floresta tinha hábitos de animais. Fugia ao contato de pessoas, não sabia falar, parecia ser surdo e mudo, porque só emitia grunhidos e sons estranhos, não reagia a nada, cheirava tudo que levava às mãos, comia bolotas e raízes, coçava a cabeça e o corpo como os animais, tinha um olhar vago ... Quando encontrado, caminhava como animal com quatro patas, tomava água com a boca, era muito ágil para subir em árvores e defender-se de outros animais, não gostava de contatos físicos.
Nesta época as pessoas surdas eram sujeitos estranhos e objetos de curiosidades da sociedade, imaginem um menino selvagem!! Deve ser sido um grande alvoroço na sociedade.
Foi levado para Paris para uma instituição destinada a doentes surdos. Pois já havia escolas destinadas a surdos, Abade Charles Michel de L’Epée (1712-1789), Fundou a primeira escola pública para os surdos “Instituto para Jovens Surdos e Mudos de Paris” e ensinou inúmeros professores para surdos.
Lá não tinha muitos cuidados, fugia dos colegas, escondia-se em um monte de folhas, deitava debaixo da cama e era explorado pelos guardas. Despertou um grande interesse entre filósofos, cientistas e cidadão em comum. Todos queriam ver o menino selvagem.
O Professor Itard e o professor Pinel resolveram tirá-lo da instituição, questionando-se era possível educá-lo ou se era melhor deixá-lo na floresta. O professor Pinel considerava o menino como um idiota e que não havia esperança nenhuma em educá-lo e Segundo Pinel o menino tinha sido abandonado e esfaqueado pelos pais, pois tinha uma cicatriz de corte no pescoço, por ser anormal. Para o professor Itard ele não era idiota, contrariando assim a fala do professor Pinel. Era uma criança que teve a infelicidade de passar anos sozinho em uma floresta sem o contato com seres humanos, somente com animais, por isso parecia ser idiota.
O Professor Itard, afirmava que o surdo podia ser treinado para ouvir palavras. Então propõe-se a tentar educá-lo.
Levou o menino para a sua casa, encarregando-se da sua educação moral e intelectual com o propósito de torná-lo apto ao convívio em sociedade. Contratou uma governanta, Madame Guérin, que passa a morar junto com eles.
Deram o nome do menino de Victor.
O Professor Itard, ia testando várias maneiras de ensinar o menino a ler e escrever, dava-lhe castigos, quando não acertava, ou como prêmio um pouco de água ou leite, porque era algo que ele gostava muito.
O Professor Itard acreditava na aprendizagem do menino, apesar de ser muito lenta. O menino aprendia o som das letras, alfabeto móvel, e com ele aprendeu a escrever e identificar seu nome, alguns objetos e a palavra leite. O professor ainda tentou sem grande progresso que ele falasse leite, sentindo o som que saia da garganta e repetindo o movimento dos lábios. O método que o professor usava era associação da palavra com a imagem e o som . Quando o menino cansava ele ficava muito agressivo, era preciso dar passeios pelos campos com ele. O professor na ânsia de ver grandes resultados, fazia o menino estudar muitas horas por dia, o qual logo foi advertido pela governanta que era muito esforço para um menino que até pouco tempo era um selvagem e vivia como um animal.
O professor Itard acreditou no menino selvagem e fez grandes progressos. O menino conseguiu andar só com os pés, comer com suas próprias mãos, entender e escrever algumas palavras.
Todas as histórias que conhecemos como a de Jonas, Hellen Keller e a do Victor mostram que todos tem capacidade de aprender, basta ter pessoas que acreditem no potencial de cada um.
Na história dos surdos encontramos muitas pessoas que batalharam e batalham para que cada vez mais os surdos tenham condições de aprenderem com qualidade. Na idade média eram sujeitos estranhos e objetos de curiosidades da sociedade, não recebiam comunhão e não recebiam heranças, não podiam votar, não podiam usufruir os direitos de cidadãos.
Depois de muitos estudos sobre os surdos, eles conseguiram grandes progressos. Foram criadas várias escolas destinadas a pessoas com esta deficiência.
Em 1864 foi fundada a primeira universidade nacional para surdos “Universidade Gallaudet” em Washington – Estados Unidos, um sonho de Thomas Hopkins Gallaudet realizado pelo filho do mesmo, Edward Miner Gallaudet (1837-1917).
Os esforço de todos foram muitos tendo também o dia do surdo que é comemorado no dia 26 de setembro, homenagem à inauguração da primeira escola de surdos do Brasil em 1857, o INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos).Temos agora curso de graduação em Letras e Libras, tudo isto é uma grande conquista de todos os que batalharam e não esconderam a deficiência sua ou de algum parente.

Bibliografia:
Textos: *Jean Itard e Victor do Aveyron: uma experiência pedagógica do século XIX e suas repercussões (*) Luci Banks-leite e Izabel Galvão, Universidade Estadula de Campinas, Universidade de São Paulo, Brasil.
*História dos surdos

Um comentário:

Simone Bicca Charczuk disse...

Oi Silvia!! Bem escrita essa tua postagem. Mesclas o filme com alguns textos e tuas reflexões sobre o tema. ABração