quinta-feira, 3 de julho de 2008

Leituras de Matemática e Estudos Sociais

Tudo o que realizei neste Eixo IV, como em todos os eixos foram importantes. Cada eixo nos traz um novo olhar crítico sobre nosso trabalho com alunos. De tudo que aprendi nestes quatros semestre, fiquei com a certeza de que todo professor de séries inicias deveria fazer Pedagogia, pois ela é um complemento do que tivemos no Magistério. Neste semestre me chamou a atenção o quanto é importante trabalhar com os pequenos, a noção de tempo e espaço, seriação e classificação, com materiais concretos diversificados.Antes de fazer as leituras propostas na disciplina de matemática e Estudos Sociais não tinha noção da importância deste assunto para os alunos de séries iniciais.
(Colocarei partes de textos que me chamaram a tenção sobre este assunto).

Aprendizagem e Desenvolvimento: Experiências Físicas e Lógico-matemáticas
Daniela Stevanin Hoffmann – danielahoff@gmail.com

O trabalho com variados recursos didático-pedagógicos, que coloquem o aluno em interação com diversos conceitos matemáticos, principalmente os manipulativos, pois têm mais propriedades observáveis para crianças, é uma alternativa para sala de aula. Quanto mais diversificadas forem as formas conceituais (objetos "reais", objetos virtuais, desenhos, produções textuais, etc.) nas quais os alunos tenham oportunidade de manipulação livre e experimentação a fim de conhecer o objeto, operar com suas propriedades,quanto mais situações-problema, nas quais os alunos encontrem significado e possam se envolver criativamente, maiores as probabilidades de que esses conceitos sejam aprendidos e não simplesmente decorados para serem repetidos.Essa experiência lógico-matemática dá-se a partir da coordenação geral das ações de juntar coisas, ordená-las, seriá-las, etc. É uma experiência das ações do sujeito e não de objetos em si mesmos. É uma experiência que se faz necessária antes que possa haver operações.

Materiais manipulativos no ensino de matemática a crianças de 7 A 14 anos .Período das operações concretas

A experiência física consiste em agir sobre o objeto e conseguir algum conhecimento por abstração. Por exemplo, descobrir que um cachimbo é mais pesado do que um relógio. Acriança só pesará ambos e encontrará a diferença nos próprios objetos. Na experiência lógico-matemática, o conhecimento não é extraído dos objetos, mas das ações realizadas sobre os objetos pelo sujeito. E Piaget exemplifica: “Para contar bolinhas de gude no pátio, a criança as põe em fila e conta de um até dez. Quando termina de contar numa determinada direção, começa de outro lado e conta de novo. Descobre então a maravilha que são 10 da direita para a esquerda, ou da esquerda para a direita. Põe as bolinhas em um círculo e conta de novo: 10. Muda o arranjo e de novo conta 10. O que ela descobriu? Ela não descobriu uma propriedade das bolinhas, mas uma propriedade de ação de ordenar. As bolinhas não tinham ordem alguma. Foi sua ação que introduziu uma ordem linear, uma ordem cíclica, ou de qualquer outro tipo. Ela também descobre que a soma é independente da ordem, isto é, a ação de "colocar junto" é independente da ação de "ordenar", quando ela realiza a operação de juntar, contar, separar e contar novamente. Não é a propriedade física das bolinhas que a experiência mostra, mas as propriedades das ações .

ESPAÇO FORMA E CRIANÇA

O espaço se apresenta para a criança de forma essencialmente prática: ela constrói suas primeiras noções espaciais, por meio dos sentidos e dos movimentos. Esse espaço percebido pela criança - espaço perceptivo - possibilitará a ela, mais adiante, a construção de um espaço representativo. A passagem do espaço perceptivo ou sensório-motor ao espaço representativo é, as vezes, contínua, ou seja, a imagem de uma ação é interiorizada ou se pode então coordená-la com outras e descobrir a reversibilidade operatória. Outras vezes é descontínua, isto é, a criança não transpõe unicamente o que faz e o que vê, a intuição geométrica não se apóia diretamente sobre os dados sensório-motores mas há uma reconstrução e portanto, transformação.É multiplicando suas experiências sobre os objetos do espaço em que vive que a criança vai aprender e desse modo construir uma rede de conhecimentos relativos a localização, a orientação que vai lhe permitir penetrar no domínio da representação dos objetos .

AS CONTRIBUIÇÕES DAS TEORIAS PIAGETIANAS RELATIVAS À ESTRUTURAÇÃO ESPACIAL DA CRIANÇA
Para Piaget essa estruturação espacial da criança inicia-se pela constituição de um sistema de coordenadas relativo ao seu próprio corpo. É a fase chamada egocêntrica, no sentido de que, para se orientar, a criança é incapaz de considerar qualquer outro elemento, que não o seu próprio corpo, como ponto de referência. Aos poucos, ela vai tomando consciência de que os diferentes aspectos são os quais os objetos se apresentam para ela, são perfis de uma mesma coisa, ou seja, ela vai tomando consciência dos movimentos de seu próprio corpo, de seu deslocamento. Essa capacidade de deslocar-se mentalmente e de perceber o espaço de diferentes pontos de vista, são condições necessárias à coordenação espacial e nesse processo, está a origem das noções de direção, sentido, distância, ângulo e muitas outras essenciais à construção do pensamento geométrico.A gênese da representação passa pela interiorização da imitação da ação pessoal sobre os objetos, no processo geral de construção. A intuição é apontada como fator importante na constituição da Geometria do espaço. A intuição de uma reta, por exemplo, surge da ação de seguir com a mão ou com o olhar, sem mudar de direção.O espaço é estudado em diferentes áreas do conhecimento: na Filosofia, na Matemática, na Arquitetura, na Engenharia e em muitas outras. Nas ciências Humanas, o espaço é um conceito fundamental, e pode ser visto sob vários aspectos:psicológico,sociológico,etnológico, histórico e geográfico.. Basicamente a escola precisa oferecer para a criança oportunidades para que ela possa operar com as relações espaciais, sabendo localizar-se, e possa analisar os espaços sociais, compreendendo esses espaços como construções do homem, em determinado tempo de uma sociedade. Operar com relações espaciais significa, para a criança, localizar-se, orientar-se e expressar-se gradativamente. A construção dessas relações é gradativa, e o professor deve estar atento a isso.A leitura da organização espacial deve ser iniciada pelos espaços conhecidos da criança. Analisando os espaços cotidianos, a criança pode compreender melhor a organização de
outros espaços maiores, de espaços diferentes e de espaços existentes em outros tempos. Quando pensamos na noção de tempo, nos damos conta de que várias ciências – como a Física, a Matemática e a História – trabalham com essa categoria. Na escola , o desenvolvimento desta noção não deve ignorar esses diferentes aspectos. Não pode prescindir da compreensão do tempo em suas várias dimensões: o tempo físico e o tempo histórico ou social. A primeira dimensão – o tempo físico- vai permitir à criança localizar-se no tempo, situar fatos de sua vida cotidiana, construir e interpretar linhas de tempo, trabalhar com as medidas de quantificação do tempo, dias, meses, anos, séculos. Vai permitir que a criança perceba o passar do tempo e saiba fazer sua quantificação e representação. A segunda dimensão – o tempo histórico ou social – vai iniciar a criança na análise dos contextos de época. Vai permitir que ela compreenda como o tempo é fruto da construção social. Começando a trabalhar a história da vida de cada criança, depois a história do bairro, ou do estado, a criança perceberá que num mesmo período cronológico, podem existir diferentes situações de vida, diferentes sociedades, diferentes tempos históricos. A importância deste trabalho na escola de ensino fundamental é a de preparar o aluno para entender o tempo como uma dimensão contínua, que passa sem cessar, além disso, a criança passa a ver que o tempo abrange momentos sobre o qual os homens inscrevem suas diferentes trajetórias, fruto de suas relações sociais (tempo histórico)

Plano Individual


Em meu Plano Individual coloquei que iria aprender a;

*Colocar Links no Pbwiki,
*Passar fotos da máquina digital para uma pasta no computador,
*Fazer um MSN
*Aprender a fazer slides com animação,
*Aprender a copiar CDs de músicas infantis, para trabalhar mais músicas com meus alunos,
*Ler o livro: Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire
* Usar o data-schow em atividades pedagógicas.

De todas estas atividades que me propus algumas ainda não realizei, pois estava com pouco tempo. Então comecei com as que mais estava fazendo falta
para realizar sem ajuda as atividades propostas. Aprendi a passar as fotos, de trabalhos feitos com meus alunos, da máquina digital para uma pasta no computador e depois inseri-los em meus trabalhos, sem precisar de ajuda. Isto foi muito bom, pois nem sempre tem alguém disponível para nos ajudar. Fiz links no pbwiki, assim poupei tempo, tendo estes atalhos para encontrar algumas atividades necessárias. Fiz um MSN, mas usei poucas vezes. Queria tê-lo, para poder com mais rapidez resolver problemas que aparecem durante a realização das atividades, mas as vezes que precisei não tinha ninguém on-line. Fiz a cópia de um CD, mas não posso dizer que aprendi, achei bem complicado, talvez com a repetição, fique mais fácil, e assim que aprender colocarei um tutorial no meu blog. O data-schow não foi possível usar, pois não consegui fazer os slaides. Dentro do possível quero realizar. Acabei de ler o livro de Paulo Freire “Pedagogia da Autonomia”, é um livro que nos faz pensar sobre nossa docência.

LIVRO PEDAGOGIA DA AUTONOMIA



Este Livro de Paulo Freire traz várias falas que nos fazem pensar sobre a nossa docência. Sobre o nosso dia-a-dia como professora. As idéias são provocativa, corajosas e esperançosas, instiga o conflito e o debate entre educadores. É um exercício permanente de reflexão sobre nossa prática, nosso envolvimento com nossos alunos, nosso respeito à autonomia do educando, a necessária coerência entre o “saber-fazer e o saber-pedagógico. Paulo Freire adverte-nos para a necessidade de assumirmos uma postura vigilante contra todas as práticas de desumanização. Nos coloca que o professor pode e deve ter a sua prática movida por alegrias, sem abrir mão do sonho, do rigor, da seriedade e da simplicidade inerente ao saber da competência. Saber fazer a leitura do mundo de nossos alunos, estar perto deles, ajudando em seus problemas, sem desrespeitá-los, sem pré-conceito, nunca esquecendo a competência.
Deixo aqui algumas frases de Paulo Freire:

*”...ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.” (pág.25)
*”Às vezes, mal se imagina o que pode passar a representar na vida de um aluno um simples gesto do professor” (pág.47).
*”Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele.Esta é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado.”.(pág.59).
*”É o meu bom senso que me adverte de que exercer a minha autoridade de professor na classe, tomando decisões, orientando atividades, estabelecendo tarefas, cobrando a produção individual e coletiva do grupo não é sinal de autoritarismo de minha parte. É a minha autoridade cumprindo o seu dever.”. (pág. 68).
*”Estou convencido, porém, de que a rigorosidade, a séria disciplina intelectual, o exercício da curiosidade epistemológica não me fazem necessariamente um ser mal-amado, arrogante, cheio de mim mesmo. Ou, em outras palavras, não é a minha arrogância intelectual a que fala de minha rigorosidade científica. Nem a arrogância é sinal de competência nem a competência é causa de arrogância. Não nego a competência, por outro lado, de certos arrogantes, mas lamento neles a ausência de simplicidade que, não diminuindo em nada seu saber, os faria gente melhor. Gente mais gente.” Pág. 165).
*"A responsabilidade do professor, de que às vezes não nos damos conta , é sempre grande."pág 73.
*"O professor autoritário, o professor silencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum desses passa pelos alunos sem deixar sua marca." pág.73
*"...ensinar não é transferir a intelig~encia do objeto ao educando, mas instigá-lo no sentido de que, como sujeito cognoscente, se torne capaz de inteligir e comunicar o inteligido."pág. 135