quarta-feira, 26 de maio de 2010

APRENDIZAGENS POR VIVÊNCIAS





Estou realizando com meus alunos um Projeto de Aprendizagem, onde eles escolheram o tema animais para estudar.

Nas ações eles sugeriram: fazer entrevistas, visitar um veterinário, um pet shop e um zoológico. Estou tentando realizar todas estas ações.


Esta semana conseguimos realizar duas destas visitas. O veterinário veio até a nossa escola. Falou sobre animais domésticos de companhia e muitas coisas que ele falou eu mesma não sabia. Os alunos ficaram escutando com atenção, pois é o assunto que estão interessados e eles estão pesquisando. Como é diferente de quando o professor decide trazer alguém para falar determinado assunto, muitas vezes os alunos não se interessam! Neste caso eles decidiram o assunto, eles pediram o veterinário, então o interessem foi bem maior.

Fomos a um pet shop. Ficaram encantados com os animais, acharam que era para doação. Observamos como é feito o banho dos cachorros. Ali houve um grande aprendizado, assim podem dar banho nos seus cachorros em casa.

Com estas vivências os alunos aprendem mais. Melhor do que ficar alguém somente falando, principalmente se for a professora, uma pessoa que eles vêem todos os dias, muitas vezes nem escutam!

São coisas que levam para o resto de suas vidas.

Já sou professora há anos e várias vezes trabalhei animais com meus alunos, mas nunca havia pedido a um veterinário para conversar com os alunos, nunca havia visitado um pet shop. Com um projeto onde os alunos podem opinar o que querem aprender e como gostariam de aprender este assunto, podemos perceber quanta contribuição eles podem trazer para as nossas aulas, coisas de seus interesses.

Mas um PA onde cada aluno escolhe o que gostaria de aprender, não é nada fácil e ainda não temos professores e escolas adequadas para isto. Por isso o meu PA foi uma escolha da maioria. Este é o começo. Talvez daqui uns anos possamos deixar que cada aluno escolha o quer aprender e tenhamos condições de ajudá-lo.

INCLUSÃO EM SALA DE AULA

Em minha sala de aula, estou propondo semanalmente o jogo do soletrando, onde estudamos algumas dificuldades ortográficas e em uma aula seguinte fazemos o soletrando. Os alunos acham muito interessante, e ficam muito decepcionados quando erram uma palavra. Todos ficam atentos, escutando a palavra que o colega escolheu para ver se também saberiam responder. Percebo que muitos sabem a ortografia correta. Os alunos de inclusão também participam. Dois deles tem mais facilidade para identificar o som da letra, pois leio bem devagar e faço o som para que possam acertar sem grandes dificuldades, as outras duas precisam de ajuda, uma delas não consegue acertar, mas a outra tem medo de errar e logo pede ajuda, faço com que pense um pouco e algumas vezes já acertou toda a palavra. Sinto que isto é muito bom para a auto estima deles. Estão fazendo e participando das mesmas atividades que os outros colegas de classe. Os colegas já sabem que muitas vezes estes alunos precisam de ajuda e os ajudam com muito respeito. Com os alunos em grupo, já percebi que eles se alternam para ajudar os alunos de inclusão. Há um grupo que fez por semana, cada semana uma ajuda a colega com dificuldades.
Mesmo vendo que os alunos de inclusão estão progredindo, ainda tenho dúvidas se estou certa ou errada em realizar as mesmas atividades com estes alunos de inclusão., porque acho que deveriam ter uma atenção mais especial.
Encontrei em um livro esta citação, que responde um pouco da minha angústia.

“Do ponto de vista semântico, talvez sejam levantadas restrições sobre o uso da palavra inclusão...O novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (1986,p.931) define da seguinte maneira tal termo: “ato ou efeito de incluir (antônimo: exclusão)...Analisando tais definições sobre o prisma semântico fica evidente que todo membro “incluído” está em relação de qualidade com o conjunto que o acolhe... A pergunta que surge, então, é como devem ocorrer as relações entre um membro “incluído”, no caso um aluno com necessidades educacionais especiais, e o conjunto que o acolhe no caso a escola de ensino comum. Neste sentido , estar incluído é aprender como as demais crianças aprendem?...O que as experiências de integração escolar têm nos evidenciado, desde os anos 60, até o período atual, é que em muitas situações propomos a educação inclusiva e temos uma prática de integração. Neste sentido o fato da formalização da educação inclusiva ao longo dos anos 90 não tem garantido, nos sistemas escolares, ações pedagógicas à altura do paradigma inclusivo”(BAPTSTA,Claudio Roberto e outros, 2006,p.74)

Percebo que em nossa escola os alunos de inclusão são apenas integrados, não há professores preparados para atendê-los adequadamente e não há preocupação, por parte da SMED em auxiliar as professoras com alunos de inclusão em suas salas de aula, só em casos muito especiais.
Eu fico muito angustiada com estes alunos. Deveríamos ter uma auxiliar em sala de aula, só assim estaríamos ajudando, tentando incluir este aluno na sociedade, caso contrário sinto que estamos excluindo, pois eles estão sendo promovidos ano após ano sem saber o mínimo necessário, sem ter a ajuda que deveriam, cada vez mais perdidos em uma sala de aula, e os professores sem saber como agir.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Avaliação em grupo


Esta semana fiz algumas avaliações de Português e Matemática em grupo. Os mesmos grupos que estão realizando as pesquisas sobre animais. Já estão acostumados entre si. Achei muito interessante pois houve debates sobre as questões, assim as aprendizagens ocorreram com mais facilidade. Eles estavam colocando no papel as suas aprendizagens e na dúvida perguntavam ao colega , muitas vezes houve uma discussão saudável, para procurar a resposta certa, não havendo um entendimento pediam socorro para a professora. Acredito que fazendo esta reflexão, tirando as dúvidas, tendo certezas das respostas há uma aprendizagem, não há necessidade de uma decoreba, de uma prova individual, pois como diz no livro: Jean Piaget para onde vai a educação? , “ como se estivesse condenado a nunca mais se utilizar de seus livros após deixar a escola”. O aluno que pergunta que vai atrás de suas curiosidades terá uma aprendizagem que não será esquecida, pois foi conquista sua.

“...Conquistar por si mesmo um certo saber, com a realização de pesquisas livres, e por meio de um esforço espontâneo, levará a retê-lo muito mais; isso possibilitará sobretudo ao aluno a aquisição de um método que lhe será útil por toda a vida e aumentará permanentemente a sua curiosidade, sem o risco de estancá-la;...” ( livro: Jean Piaget Para onde vai a educação?17ª edição,2005, Pág.54

terça-feira, 11 de maio de 2010

Alunos de inclusão

Tenho quatro alunos considerados de inclusão, duas alunas têm laudo e os outros não. Mas apresentam uma grande dificuldade de aprendizagem. Os alunos de inclusão são promovidos. Assim nós temos alunos no 5º ano que não sabem ler e nem escrever. Fico me questionando que tipo de inclusão nós estamos promovendo para estes alunos. Há nas salas de aula 25 a 30 alunos, sem se importar se nesta sala há alunos de inclusão.Com os quais as professoras devem dar um atendimento especial. Muitas professoras, como eu, não conseguem atender adequadamente estes alunos, pois com este número de alunos na salas, não é possível, dar um atendimento individual como cada um merece. Muitos dos alunos que não são de inclusão, precisam de muita ajuda individual. A professora acaba tendo que ajudar individualmente quase que todos. Poucos fazem as atividades com poucas explicações.
Uns dias atrás, percebi que a minha aluna de inclusão, que todos diziam não saber ler nem escrever, e ela própria se dizia não saber ler, percebi que com um pouco de ajuda ela até escreve uma frase com sentido, mas há necessidade de ficar ao lado dando incentivo e mostrando-lhe o som das letras. Já havia encaminhado ela para o reforço, a professora do reforço disse que ela falta muito. Ela não faz empenho para aprender, porque ela já ouviu dizer que tem dificuldades, não aprende. É muito complicado mudar a visão de uma aluna e sua família, que até já se consolou com este diagnóstico. Vou fazer de tudo para ela mudar o seu pensamento e consiga construir algumas frases interessantes.

Trabalho em grupo


O trabalho em grupo

Depois de várias semanas trabalhando em grupo, até já acostumei. Consigo com que os alunos façam silêncio com mais facilidade. Até eles cobram entre si o silêncio quando alguém está falando. Acho que em grupo eles tem mais facilidades de fazer amizades, de ajudar os colegas que tem dificuldades, de trocar idéias. Sinto que eles estão mais comprometidos. Ainda há dificuldades em decidirem quem escreve, quem apresenta, as vezes um decide, sem questionar o grupo. Eles ainda têm dificuldades em aceitar a idéia do colega, mas já está melhorando. Há professores que nunca querem fazer trabalhos em grupo, porque da mais barulho. Eu estou achando interessante, pois vejo a troca de conhecimentos entre eles.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

DIA DAS MÃES

Dia das Mães é um dia muito importante! Conversando com meus alunos sobre o dia das mães, conversamos sobre a importância de amar, respeitar e obedecer às mães, pois elas não vivem para sempre. Ontem fui ao velório de uma grande amiga (Paula Amaral Leal) até saiu uma reportagem na Zero Hora, ela tinha quatro filhos, estes filhos sempre a amaram e a respeitaram, mas de uma hora para outra ficaram sem sua mãe, que foi atropelada por uma moto que avançou o sinal vermelho.
Nunca saberemos quando iremos partir, até quando teremos as pessoas que tanto amamos ao nosso lado, por isso devemos abraçar, dar carinho e muita atenção para nossas mães, ou as pessoas que fazem o papel delas. Um dia ficaremos sem, e se tivermos dado o carinho que esta pessoa merecia, ficaremos de consciência tranqüila.
Todos os meus alunos disseram que ajudam, dão abraços e respeitam suas mães. Pedi que abraçassem muito mais, descem um beijo de manhã de meio dia e de noite. Por que Deus nos deu esta mãe para nos cuidar, devemos cuidar bem dela também. Muitas vezes elas precisam dar uma xingada, uma chinelada, mas é para o bem, para que seu filho saiba fazer as coisas certas sem correr riscos. O mundo está muito violento, as mães precisam ser rígidas e ao mesmo tempo amorosas.
Quem sabe este motoqueiro que tirou a vida da minha amiga, mãe de quatro filhos, que no Dia das Mães, não poderão mais abraçá-la, não escutou a sua mãe, que deve ter lhe ensinado a respeitar o sinal de trânsito, cuidar com os pedestres de uma cidade tão movimentada como é Porto Alegre.