segunda-feira, 11 de maio de 2009


Método Clínico

Conforme orientação da professora Ana Petersen da Disciplina – Desenvolvimento da Aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia II, aplicamos (Eu, Lucele e Elci – alunas do PEAD),com algumas alunas de nossa escola a prova da Conservação do Número: Correspondência termo a termo espontânea, Linhas – Espaçamento, Círculos – Espaçamento, Cifras aproximadas.

Começamos com uma aluna do 4º ano que conseguia fazer todas as atividades corretamente em sala de aula. Esta aluna não teve problemas de responder corretamente a todos os testes. Depois convidamos uma aluna do 3º ano, que em sala de aula tem dificuldades de motricidade fina e em casa não tem limites e muitas das atividades de casa a mãe faz para ela ou dita para ela escrever. Esta aluna também não apresentou grandes dificuldades para responder as questões propostas, só um pouco mais demorada que a aluna anterior. A terceira aluna, foi a qual postamos no webfólio, ela apresenta muitas dificuldades em sala de aula, nesta prova de Conservação de Número, também não conseguia dizer o porquê de estar diferente e ter a mesma quantia de peças. Ela quase não respondia, parecia não estar entendendo.

Quando constatamos que contava as duas colunas, chegava ao total de fichas em cada uma delas, mas não sabia responder se havia a mesma quantidade, percebemos que ela ainda não adquiriu um pensamento lógico, com capacidade para fazer operações mentais. Ela não percebia que as peças só estavam em uma posição diferente, mas não alterava a quantidade, o que permite concluir que ela criança ainda não possui um raciocínio lógico reversível.

Suspeitamos que talvez seja um caso de inibição cognitiva, como nos explica a Psicopedagogia. Neste caso há uma retração intelectual e um empobrecimento de idéias, ocorrendo, em grande parte àquelas crianças que não receberam estímulos quando ainda bebes ou nos primeiros anos de vida, pois bem sabemos que a criança, à medida que evolui vai-se ajustando à realidade circundante, e superando de modo cada vez mais eficaz, as múltiplas situações com que se confronta, mas se essa criança não recebe estímulos do meio, seu desenvolvimento cognitivo fica prejudicado ou aquém ao de uma criança estimulada desde o nascimento. A mudança dos estádios ocorre devido aos ajustamentos da criança ao meio e que se vão manifestando ao longo do seu desenvolvimento.

Segundo Jean Piaget, a criança é concebida como um ser dinâmico, que a todo momento interage com a realidade, operando ativamente com objetos e com as pessoas, por isso acreditamos que a aluna ainda não ultrapassou totalmente o estádio pré-operatório, pois recebeu (ou recebe) poucos estímulos do meio.

Um comentário:

Simone Bicca Charczuk disse...

Oi Silvia, nessa tua postagem trazes uma reflexão bem interessante sobre a aplicação do método clínico e algumas hipóteses sobre o desenvolvimento cognitivo das crianças com as quais vocês realizaram as provas. A partir dessa experiência de vocês seria interessante pensar sobre as potencialidades e limites do próprio método. Vocês consideram válida essa proposta de Piaget? Quais as dificuldades na aplicação do método? Abração, Sibicca